Autora: Profa. Esp. Silvia Letícia Martins de Abreu[1]
Orientador:
Prof. Ms. Rickardo Léo Ramos[2]
RESUMO
A Inteligência
Emocional pode ser definida como a capacidade natural que os humanos têm para
gerir emoções com o objetivo de adaptar-se às circunstâncias do ambiente em que
vive. E esta capacidade pode melhorar mediante a introspecção e a prática.
Assim, quando se fala de inteligência emocional acredita-se que, apesar da sua
importância para todas as áreas da vida de um ser humano, e em especial a
profissional, ainda hoje não é utilizada adequadamente por estes. Desta forma,
este artigo tem como objetivo principal descrever a influência da inteligência emocional
no ambiente de trabalho do gestor educacional; assim como, mostrar o conhecimento, a utilização e as contribuições que ela pode
trazer para o dia-a-dia do gestor em educação. Assim
sendo o problema da pesquisa vem responder a seguinte indagação: Como a
inteligência emocional pode ser aplicada como um instrumento de suma
importância no ambiente educacional? A pesquisa
foi a partir de um levantamento bibliográfico, exploratória
e descritiva sobre a influência de autores renomados, cujo foco teve como principal assunto a Inteligência Emocional e o
Gestor Educacional. Com base nestes levantamentos de
dados realizou-se um estudo sobre o controle das emoções, suas influências e
importância para a vida pessoal e profissional do líder educacional; para que
este alcance seu sucesso profissional.
Palavras-chave: Inteligência Emocional; Gestor Educacional; Ambiente de Trabalho;
Controle Emocional.
INTRODUÇÃO
O presente
estudo tem o intuito de abordar de maneira clara e prática, porém com
profundidade a necessidade de conhecimento sobre a dinâmica mental e emocional
do ser humano dentro da perspectiva educacional, inclusive sobre o assunto
Inteligência Emocional, que apresenta nos dias atuais relevantes importância
para as pessoas quando se pensa no equilíbrio das emoções, para um melhor
relacionamento interpessoal, principalmente no ambiente de trabalho.
Atualmente o importante é
fazer com que a Inteligência Emocional nos permita dominar as nossas emoções de
cada dia, ao invés de deixar que elas nos dominem. O gestor, por exemplo, que
consegue lidar com problemas emocionais, tanto dele quanto das pessoas que o
rodeia, sabendo diferenciar o lado profissional do pessoal, provavelmente,
conseguirá manter suas atividades mais produtivas e um ambiente de trabalho
mais harmonioso.
Esta ação provoca o
surgimento da Inteligência Emocional, isto é, o autoconhecimento, a capacidade
de entendermos os nossos próprios sentimentos mais sutis e torná-los em
atitudes para nortear as nossas condutas. Isto leva a ter flexibilidade de
aceitação de críticas e compreender melhor as emoções das pessoas.
Com
base neste contexto o artigo desenvolve-se a partir do seguinte tema: O gestor educacional e o uso da
inteligência emocional no seu ambiente de trabalho. A relevância do tema reside
em dois fatores. Em primeiro lugar a inteligência emocional e o seu uso; sendo
o segundo focalizado no gestor educacional, para que o ambiente educacional
possa ser um lugar agradável e de sucesso promissor para aqueles que dele fazem
parte.
Pode-se dizer que a
competência de um gestor pode ser avaliada por sua capacidade em lidar com
papéis e objetos materiais, mas atualmente, também por sua habilidade de lidar
com as pessoas. Muitas vezes os seres humanos não sabem utilizar a Inteligência
Emocional, nem na vida pessoal e menos ainda na profissional.
O presente artigo tem como
objetivo mostrar o conhecimento, a utilização e as contribuições que a
Inteligência Emocional pode trazer para o dia-a-dia do gestor em Educação. A
metodologia aplicada se fundamenta através da pesquisa bibliográfica, através
de autores contemporâneos e pesquisa em sites, desenvolvendo uma pesquisa
descritiva e exploratória, cujo foco teve como principal assunto a Inteligência
Emocional e o Gestor Educacional.
Assim, este trabalho discorre em quatro
capítulos, sendo que o primeiro é a introdução, no segundo estão descritos
assuntos referentes a definições da Inteligência Emocional e como é sua
aplicação no ambiente de trabalho.
O
terceiro faz menção ao controle das emoções, suas habilidades e sua influência
na vida pessoal e profissional do gestor educacional, para que este tenha um
melhor desempenho no seu ambiente de trabalho; dentro desse contexto podemos
citar que todas as pessoas da organização, não importando seu nível, são
administradores de suas tarefas, e, não simplesmente executores.
E por fim; o quarto que traz algumas formas de
interligar a Inteligência Emocional ao ambiente de trabalho do gestor
educacional, pois este deve ser
capaz de desenvolver diversas ações para melhorar o seu ambiente de trabalho,
demonstrando emoções ou sentimentos positivos para solucionar conflitos
profissionais.
2 CONCEITOS DE INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E
SEU USO NO AMBIENTE DE TRABALHO.
A expressão inteligência emocional segundo
Aguera (2008) surgiu pela primeira vez em 1985, nos trabalhos científicos do
psicólogo israelita Reuven Baron, que criou também o termo quociente emocional para descrever sua forma de avaliar a
competência social e emocional.
Porém
esses conceitos só tiveram boa receptividade depois que os psicólogos
norte-americanos Salovey e Mayer (1990) os assumiram; assim como com a
extraordinária divulgação da obra de Daniel Goleman (1995) que tornou tais
conceitos de grande importância no mundo psicológico. Dessa maneira no decorrer
dos tempos foram surgindo várias interpretações para se definir a inteligência.
Em primeira abordagem Aguera (2008) define a
inteligência emocional como:
a capacidade natural que nós, os humanos, temos para
gerir nossas emoções com o objetivo de nos adaptarmos às circunstâncias de
nosso ambiente; capacidade que podemos melhorar mediante a introspecção e a
prática. (2008, p.91)
Quando se fala de inteligência emocional
acredita-se que, apesar da sua importância para todas as áreas da vida de um
ser humano, principalmente a profissional, ainda não é utilizada adequadamente
por estes.
O conceito de
inteligência é tão antigo quanto à própria humanidade, mesmo nos mais antigos
dos registros. Como na Bíblia, que tanto no antigo como no novo testamento
encontram-se relatos ricos com fatos impressionantes sobre a inteligência.
Segundo ANTUNES:
A palavra inteligência tem sua origem da junção de outras duas palavras latinas, a palavra Ester (entre) mais a palavra legere (eleger ou escolher). Adaptando-se a origem desse termo ao conceito atual de inteligência, chega-se à idéia, que a inteligência é a escolha melhor entre dias ou mais situações (1998 p. 16).
A palavra inteligência tem sua origem da junção de outras duas palavras latinas, a palavra Ester (entre) mais a palavra legere (eleger ou escolher). Adaptando-se a origem desse termo ao conceito atual de inteligência, chega-se à idéia, que a inteligência é a escolha melhor entre dias ou mais situações (1998 p. 16).
E assim, é
inteligente quem escolhe a melhor saída, ou melhor, respostas. A inteligência é como a fala, nasce-se com a capacidade
de falar, porém não se nasce falando; assim é a inteligência; ela não existe
pronta, cada um precisa criar a sua própria inteligência, ou seja, todos os
seres humanos nascem com as faculdades necessárias para desenvolvê-la.
Desta forma, ser inteligente
não significa ter boa capacidade de aprender e resolver testes de QI ou ter boa
memória, mas sim implica saber utilizar o potencial que se tem no momento
apropriado, ou seja, para obter a resposta adequada às suas necessidades.
Inteligência
Emocional pode ser definida como o uso inteligente das emoções, ou seja, ser
capaz de fazer intencionalmente com que suas emoções trabalhem a seu favor,
usando-as como uma ajuda para editar seu comportamento e seu raciocínio, de
maneira a aperfeiçoar seus resultados.
Atualmente, existe uma tendência maior
em avaliar a inteligência das pessoas considerando a habilidade em lidar com as
emoções, o que caracteriza a inteligência emocional. Revela-se, então, um grande
fato: o amadurecimento cultural da sociedade que sempre consideraram
competentes apenas os indivíduos que possuía talentos intelectuais e esqueciam
que a natureza fundamental dos seres humanos é emocional.
É imensurável a quantidade de
situações em que a inteligência emocional pode ser colocada em prática,
principalmente no local de trabalho: ao se utilizar das emoções de maneira
produtiva; para solucionar um problema complicado; ao desenvolver a capacidade
necessária para manter um bom relacionamento com os colegas; ao realizar uma
tarefa e muitos outros desafios que surgem no dia-a-dia de uma instituição ou
empresa.
Para
se chegar ao sucesso nas diversas fases da vida e principalmente na vida
profissional, são necessários vários fatores, além da inteligência e espírito
de trabalho. As relações interpessoais, a capacidade de trabalho em grupo, a
capacidade de ouvir e de se colocar na posição de outros, e a capacidade de
ouvir a nossa consciência tornaram-se fundamentais num mundo cada vez mais
ligado por redes e em que cada vez mais o trabalho é tarefa de uma equipe. Para
ter sucesso, alem de inteligência "intelectual" é necessário ter
também inteligência emocional.
O fundamental da inteligência emocional é reconhecer
um sentimento enquanto ele decorre. Os sentimentos desempenham um papel crucial
nas nossas tomadas de decisões. Eles são uma espécie de sinais que nos alerta
para o perigo possível, mas também nos alerta para oportunidades ímpares.
Segundo GOLEMAN:
O ser humano tem duas mentes, a racional e a emocional, as quais constituem- se em formas de conhecimento que interagem na construção da vida mental. A mente racional é o modo de compreensão de que o ser humano tem consciência, é mais atenta e capaz de ponderar, refletir e fazer ligações lógicas. Já a mente emocional age irrefletidamente, excluindo a reflexão deliberada e analítica, que caracteriza a mente racional. Reage ao presente com meios registrados ao longo da história evolutiva do homem, em situações que ficaram gravadas como tendências inatas e automáticas do ser humano (2001, p.23).
A inteligência emocional é
como um conjunto específico de aptidões utilizadas no conhecimento e
processamento e das informações relacionadas à emoção
e expressão de um estágio na evolução do pensamento humano; é a capacidade de
sentir, entender, controlar e modificar o estado emocional próprio ou de outra
pessoa de forma organizada. A
aptidão emocional é, pois, uma meta capacidade que determina até onde se pode
usar bem quaisquer outras aptidões que se tenha. Para GOLEMAN.
As pessoas
com prática emocional bem desenvolvida têm mais probabilidade de se sentirem
satisfeitas e de serem eficientes em suas vidas, dominando os hábitos mentais
que fomentam sua produtividade; as que não conseguem exercer nenhum controle
sobre sua vida emocional travam batalhas internas que sabotam a capacidade de
concentração no trabalho e de lucidez de pensamento. (2001, p. 49).
Portanto é inteligente quem
escolhe a melhor resposta, ou a melhor saída para as diversas situações
ocorridas no seu dia-a-dia. Todos nascem com o potencial das várias
inteligências, a partir das relações com o ambiente e aspectos culturais.
2.1 algumas
Características da Inteligência Emocional
A autoconsciência, motivação, persistência, e entendimento são
mais algumas características da inteligência emocional, que por sua vez também
tem os aspectos sociais como persuasão, cooperação, negociação e lideranças
essas são vistas como maneiras alternadas de ser esperto, não em termos de QI,
mais em termos de qualidade humana do coração.
A inteligência emocional não é
genética, estas habilidades são aprendidas mais do que inseridas. Para GOLEMAN. É nesse
sentido que a inteligência emocional é uma aptidão mestra, uma capacidade que
afeta profundamente todas as outras, facilitando ou interferindo nelas (1995 p.
93).
Conseguir definir tais aspectos com flexibilidade implica,
em entender com exatidão o que significa usar inteligentemente a emoção. As
emoções são um campo com o qual se pode lidar, assim como a matemática ou
física, com maior ou menor talento, exige aptidões. Essas aptidões são
decisivas para a compreensão do motivo pelo qual um indivíduo prospera na vida,
enquanto outro, de igual capacidade intelectual, não consegue passar da estaca
zero.
Por tudo, entende-se que a Inteligência Emocional é a capacidade de
sentir, entender e aplicar eficazmente o poder e a perspicácia das emoções como
uma fonte de energia, informação, conexão e influência humana. E que a
inteligência emocional é absolutamente vital para o bom desempenho e o sucesso
profissional, razão pela qual é muito mais valiosa que o QI e as habilidades
técnicas juntas.
2.3 As Áreas mais Importantes da
Inteligência Emocional
Tem-se a inteligência emocional como a
capacidade de raciocinar abstratamente, de resolver problemas, de adaptar-se a
situações novas, ser criativo, ter boa memória, raciocínio numérico e espacial,
entre outras. Ela é a cerne do fracasso ou do sucesso.
Segundo Gardner (1995), as pessoas
possuem oito áreas de inteligência. Ainda que esse número determinado de
inteligências seja, em parte, subjetivo, essas são as “supostas” inteligências
que ele denomina de: inteligências múltiplas: a inteligência lingüística
ou verbal, a lógico-matemática, a espacial, a musical,
a cinestésica corporal, a naturalista e as inteligências pessoais
(intrapessoal e interpessoal).
Existem três pontos importantes sobre inteligência emocional que não se pode
deixar de enfatizar: primeiro: não existe uma inteligência mais importante que
a outra; segundo, todo indivíduo é capaz de desenvolver todas as oito
inteligências múltiplas ou mais; e por fim, todas as oito inteligências
múltiplas são independentes. Inteligência é como digital, não há duas iguais.
Alguns
são os tipos de inteligências Múltiplas, assim segue suas especificações:
Inteligência Linguística: é a capacidade demonstrada em sua
forma mais completa (poetas) e consiste na capacidade de pensar com palavras e
de utilizar a linguagem para expressar e avaliar significados complexos.
Inteligência lógico-matemática: é a capacidade lógica e matemática,
a qual possibilita calcular, quantificar, considerar hipóteses, realizar
operações matemáticas complexas e ter raciocínio dedutivo.
Inteligência espacial: corresponde à capacidade de formar um modelo mental de
um mundo espacial e pensar de forma tridimensional. Permite que a pessoa seja
capaz de perceber imagens internas e externas, recrie, transforme e opere
utilizando esse modelo.
Inteligência cinestésico-corporal: é a capacidade de manipular objetos
e sintonizar habilidades físicas (desenvolvida principalmente por atletas,
dançarinos, cirurgiões).
Inteligência musical: é aquela que apresentam as pessoas que possuem uma
sensibilidade para a entonação, a melodia, o ritmo e o tom.
Inteligência naturalista: consiste em observar padrões na
natureza, identificar e classificar objetos e compreender os sistemas naturais
e aqueles criados pelo homem.
Inteligência interpessoal: é a capacidade de compreender outras
pessoas e interagir com elas. Corresponde à sensibilidade para responder de
forma adequada às situações (como fazem professores, vendedores, políticos,
terapeutas, líderes religiosos).
Inteligência intrapessoal: é a capacidade de formar um modelo
verdadeiro de si mesmo e usar esse conhecimento no planejamento e
direcionamento de sua vida. Compreende saber administrar os próprios
sentimentos, reconhecendo as qualidades e defeitos. Inclui disciplina,
auto-estima e auto-aceitação. (GARDNER, 1995).
Com base nas
definições acima compreende-se que as aptidões emocionais são de suma importância nas condições
do cotidiano físico, individual e social; pois é certo que um homem
emocionalmente equilibrado é um homem que terá um futuro brilhante; assim como
não é a capacidade intelectual do homem que determina seu futuro; é a
administração, o domínio das emoções, o fator essencial para o desenvolvimento
da sua inteligência.
3 A EMOÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NA VIDA
PESSOAL E PROFISSIONAL DO GESTOR EDUCACIONAL
Segundo
Aguera (2008), do ponto de vista científico, uma emoção é uma alteração
corporal que se caracteriza por variáveis fisiológicas que podem ser medidas e
observadas: ritmo respiratório, tensão arterial, ritmo cardíaco, temperatura
corporal, sudoração, condutividade dérmica da pele, produção salivar, hormônios
no sangue, abertura das pupilas etc. Outra definição diz respeito ao
significado de emoção em sua etimologia literalmente falando, que é “movimento
para fora”; ou seja, a palavra emoção refere-se a um impulso para a ação.
Os sentimentos nos
proporcionam uma informação vital e potencialmente proveitosa em cada minuto do
dia. Quando as emoções subtraem a concentração, o que está sendo subtraído é a
capacidade mental cognitiva que os cientistas chamam “Memória Funcional”, isto
é, a capacidade de ter em mente todas as informações relevantes para execução
de determinadas tarefas. Para GOLEMAN:
Os que têm sintonia natural com a voz do seu coração – a
linguagem da emoção - certamente são mais capazes de articular as mensagens
dele. Essa sintonia interna talvez seja responsável por tornarem as pessoas
mais talentosas (1995 p. 67).
As
emoções cumprem um papel de considerável importância na vida pessoal e
profissional, afinal, frequentemente o sujeito defronta-se com situações novas,
sendo necessário fazer uso das emoções de forma inteligente, utilizando-as para
orientar o comportamento e o raciocínio no intuito de obter melhores
resultados.
Existem cinco
emoções básicas: medo, raiva, tristeza, alegria e afeto, que são considerados
como letras do alfabeto emocional. Cada uma delas se manifesta
independentemente da outra. Elas são excludentes entre si, não ocorrendo duas
ou mais de uma só vez. Às vezes, podemos ter a impressão que estamos sentindo,
simultaneamente, medo, raiva e tristeza. Na realidade, o que está ocorrendo é
um trânsito rápido em alta velocidade. GOLEMAN fala que: A capacidade de manter o autocontrole, de suportar o turbilhão
emocional que o acaso nos impõem e de não se tornar um escravo, tem sido
considerado como uma virtude (1995 p. 69).
Aguera (2008) quando se refere ao funcionamento das emoções
diz:
As emoções são processos do sistema límbico ativados quando
são detectadas alterações corporais significativas provenientes das ações
motoras lançadas pelos instintos. São respostas imediatas de inibição ou
aceleração, atendendo à memória de vivências de situações semelhantes,
produzidas mesmo antes que o indivíduo tenha consciência delas. A mudança do
estado do corpo originado pelo alerta instintivo provoca uma emoção que por sua
vez, causa uma alteração no estado do corpo. (2008, p.72)
É
muito importante ter em mente que as emoções não foram criadas pela natureza
para serem controladas. Pelo contrário, foram criadas para controlar nossas
respostas em situações críticas. Na verdade, manter sob controle as emoções que
nos afligem é fundamental para o bem-estar tanto pessoal como profissional.
O grande diferencial do homem
para os demais animais é o poder da palavra. Desta forma a expressão verbal das
emoções tornou-se um fenômeno extraordinário na vida humana. A comunicação
interpessoal poderá ser saudável ou patológica em função de emoções expressas
de modo sutil ou explícito, adequado ou não. GOLEMAN cita que: "Quando se investiga a evolução da
espécie humana deu-se à emoção um papel muito essencial em nosso psiquismo, os
sociobiólogos verificaram que, em momentos decisivos, ocorre uma ascendência do
coração sobre a razão". (1995,
p.24).
Por tanto a emoção tem papel
fundamental, sobre tudo no início da vida, pois um ser humano quando nasce não
possui qualquer capacidade para se fazer entender e para expressar suas
necessidades e desejos, senão através do choro ou com movimentos não
coordenados e globais. E já como adultos aprender controlar essa emoções é o
essencial para um bom desenvolvimento pessoal e profissional.
3.1
O Controle das emoções contribuem para um melhor desempenho no ambiente de
trabalho
Só se pode ser capaz de controlar
as emoções quando for capaz de compreendê-las para lidar melhor com as
situações e de maneira mais produtiva. Ao tomar consciência dos sentimentos,
por exemplo, a raiva, logo se gera um pensamento associativo (normalmente são
irracionais), por exemplo: ele é um idiota, tenho vontade de matá-lo, em
seguida deve ser desenvolvido um diálogo interno construtivo: não vou deixar
transparecer minha raiva. Depois disso, as alterações fisiológicas também
precisam ser interrompidas - como respiração acelerada, coração batendo forte -
com técnicas de relaxamento. Goleman diz que:
Para controlar as emoções é preciso
reconhecê-las para controlar os pensamentos, as reações fisiológicas e as
atitudes. (...) para controlar nossas emoções, precisamos assumir o controle
das nossas atitudes, e para assumir o controle de nossas atitudes precisamos
primeiro reconhecê-las (1995 p. 60).
Para manter sob controle as próprias
emoções também é essencial uma boa comunicação. Não importa qual seja o estado
de ânimo que se atravessa. O desafio está em manter a serenidade e a
compostura, procurar manter um estado de ânimo neutro é a melhor estratégia na
fase de preparação para se lidar com uma pessoa. Para GOLEMAN
A
área pré-frontal é o local da memória operacional responsável pela capacidade
de prestar atenção e reter informações. É vital para a compreensão e o
entendimento; o planejamento e a tomada de decisões; o raciocínio e o
aprendizado. (1995. P. 65).
É bem verdade que todas as
pessoas já ouviram alguém, talvez até nós mesmos, ser aconselhado: “Controle
suas emoções, esfrie a cabeça”. Isto em geral significa: “Sufoque suas emoções”.
Porém, aprende-se que as emoções nos fornecem muitas pistas da razão dos nossos
atos, e sufocá-las iria nos privar dessa informação. Reprimi-las tampouco vai
afastá-las, e pode permitir que elas cresçam despercebidas, como a raiva. Assim
controlar as
emoções significa algo bastante diferente de sufocá-las; significa
compreendê-las e usar essa compreensão para modificar as situações em seu
benefício.
Segundo Weisinger
(2001):
A tendência das situações perturbadoras, tais como
ser repreendido por seu chefe ou estar zangado com um colega, é que elas venham
a gerar estilos e padrões de raciocínio distorcidos que modificam sua percepção
da realidade. Aprendendo a evitar o raciocínio distorcido você terá melhores
condições de conseguir maior domínio sobre seus pensamentos automáticos e controlar
suas emoções. (WEISINGER,
2001).
Enfim, dominar as
emoções não significa sufocá-las, pois se há uma compreensão do contexto
emocional onde o indivíduo está inserido, pode-se então, colocar em ação o
controle de suas emoções a seu favor, de forma a provocar a satisfação pessoal
no desenvolvimento das suas atividades profissionais. (GONÇALVES, 2006).
5 RELAÇÃO ENTRE O GESTOR EDUCACIONAL E
A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL.
Faz
necessário para o gestor educacional use no seu dia a dia de trabalho o
(QE) quociente emocional, para resolver diferenças e conflitos de interesses
nos relacionamentos. As diferenças em sentimentos, desejos, personalidades,
opiniões e valores que encontram-se nos ambientes de trabalho, não devem
torna-se divisórias.
A
inteligência emocional batizada de QE pesa duas vezes mais que o QI (quociente
intelectual). Segundo Aguera (2008), o que levou o sucesso do novo modelo usado
nas instituições foi exatamente mostrar as limitações do QI; pois ele pode ser
aceito como uma boa medição da inteligência analítica, lógico matemática,
intelectual, acadêmica ou como queiram chamar, mas jamais como medição global
das pessoas.
Partindo
deste pensamento ver-se que as aptidões inatas na conquista de bons resultados
profissionais dependem hoje, em especial do QE. Isso quer dizer que não basta
possuir um QI acima da média, ou simplesmente manifestar uma habilidade
incomum, como garantia de sucesso. É muito mais importante saber gerenciar
emoções, promover cooperação e ambiente de harmonia entre as pessoas com quem
se trabalha.
O QE estimula o respeito à
criatividade e à camaradagem. O QE é um dos principais elementos que ajuda o gestor
educacional a alcançar seu potencial construtivo. Conseqüentemente torna-se estimulante
para o trabalho em equipe, que atualmente é uma forma que todas as instituições
de ensino desenvolvem para melhorar a qualidade de ensino, e, consequentemente,
a qualidade do aprendizado.
O
respeito pelos sentimentos, assim como pelas idéias, cria um ambiente de
trabalho favorável para empatia e o entendimento. Os mesmos princípios do QE
que ajudam grupos a resolverem conflitos, também se aplicam aos conflitos de
interesse, envolvendo grupos mais diversificados. Deve-se exercitar constantemente
o diálogo e a auto-análise entre os grupos, assim, a produção do sujeito flui
naturalmente, mantendo-o em equilíbrio consigo mesmo e com os demais. (AGUERA,
2008)
Utilizar bem a inteligência
emocional é ter habilidade para trabalhar em equipe,
estabelecendo redes sociais e construindo relacionamentos, mesmo entre pessoas
de características temperamentais diferentes. Isso implica no exercício
constante do diálogo e da auto-análise, mantendo a humildade em reconhecer os
próprios limites. Goleman(1995
p. 41) cita que: “É
por isso que quando estamos emocionalmente perturbados dizemos “simplesmente
não consigo raciocinar” é porque a contínua perturbação emocional cria
deficiência nas aptidões intelectuais.”
É preciso estar consciente das motivações para que o gestor educacional
possa ficar em harmonia com suas aspirações, definidas de acordo com critérios internos
que são emocionais, ou seja, ficar em sintonia com o que acontece na
instituição, assim seu desempenho fluirá naturalmente.
Por tanto a ideia principal
é que se consiga descobrir e compreender as necessidades dos outros e que eles entendam
e compreendam a suas, afim de que o relacionamento possa ser uma troca segura e
saudável para o bom desenvolvimento das atividades.
Por
tanto cabe ao gestor educacional ouvir e falar com consciência emocional e
empatia para aproximar-se mais das pessoas, mesmo quando elas parecem estar a
quilômetros de distância. Segundo GOLEMAN apud
DAMÁSIO (1995 p. 41) : “As decisões mal tomadas são porque perdemos o
acesso a que foi emocionalmente aprendido, como ponto de encontro entre o
pensamento e a emoção.”
O Gestor em Educação deve ser
capaz de desenvolver diversas ações para melhorar o seu ambiente de trabalho,
demonstrando emoções ou sentimentos positivos para solucionar conflitos
profissionais. Quando há delegação, mantém-se um diálogo com os colaboradores
sobre quem faz o quê. Quando se aconselha, conversa-se sobre o que está dando
certo e sobre o que precisa melhorar. Quando há recompensa, se faz isso com
palavras. E quando existe a motivação, todas as coisas acima citadas criam as
condições ideais para que todos se sintam participantes, comprometidos,
conectados e capazes de contribuir.
Dessa forma, a
inteligência emocional não se limita à razão, ao pensamento dito racional,
claro e lógico, mas é, sim, fundamental analisar qualquer questão com um nível
adequado de emoção. Portanto, a inteligência emocional funciona como um tipo de
sexto sentido com o qual o gestor educacional pode juntar o bem-estar pessoal e
o bem-estar profissional.
Assim, tendo em
vista que um bom clima de um grupo influencia reciprocamente as pessoas,
tornando o ambiente de trabalho mais agradável, estimulante e cooperativo; é
preciso que cada pessoa acredite em seu potencial, para que também alcance o
equilíbrio emocional.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Diante
das argumentações expostas percebe-se que a Inteligência Emocional relaciona-se
as habilidades, tais como: motivar-se a si mesmo, ser capaz de controlar
impulsos, canalizando emoções para situações apropriadas; motivar pessoas,
ajudando-as a liberarem seus melhores talentos, e conseguir seu engajamento aos
objetivos de interesses comuns. E que o uso das competências emocionais,
aliadas ao conhecimento técnico adequado constitui as competências necessárias
para o sucesso do gestor educacional.
No
presente artigo observou-se que mais importante do que ter um QI (Quoeficiente
de Inteligência) elevado é saber controlar as suas próprias emoções;
comprovando assim, que nos dias atuais, a capacidade intelectual não é mais o
fator fundamental para o sucesso, seja ele profissional ou acadêmico; e sim
que, é o controle emocional de uma pessoa que vai determinar sua inteligência,
e, consequentemente, seu sucesso.
Assim sendo, a resposta a questão-problema: Como a inteligência emocional pode ser aplicada como um instrumento de
suma importância no ambiente educacional?, pode ser encontrada ao longo deste artigo, de forma clara e precisa;
através da realização da pesquisa bibliográfica,
exploratória e descritiva sob a influência de autores renomados. Com base
nestes levantamentos de dados realizou-se um estudo sobre o controle das
emoções, suas influências e importância para a vida pessoal e profissional do
líder educacional; para que este alcance seu sucesso profissional.
Enfim,
este artigo teve como objetivo principal mostrar o conhecimento, o uso e as contribuições
da Inteligência emocional no ambiente de trabalho do gestor em educação, com o
intuito de comprovar a importância do controle das emoções para um melhor
desempenho dos gestores em comunhão com os outros funcionários.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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da inteligência Emocional (As cinco dimensões da mente). São Paulo: Cengage Learning, 2008.
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GONÇALVES, Fernanda Schröder
(2006), Inteligência Emocional no trabalho. http://www.rh.com.br/Portal. Acessado em 10 de julho de 2010.
[1]
Especialista em Gestão escolar pela Universidade Vale do Acaraú; Didática de Ensino superior e MBA em Gestão e Negócios pela Faculdade Ateneu - FATE