Denise Ferreira da Silva¹1
Silvia Leticia Martins de Abreu²
Educação & Ensino, Volume 1, Número 2, jul./dez. 2017.
http://fate.edu.br/revista-de-pedagoga/ ou http://fate.edu.br/documentos/revistas/educacao-e-ensino-2.pdf
RESUMO
O presente artigo trata da alfabetização e letramento no que diz respeito ao alfabetizar letrando dentro das possibilidades de melhorar a visão dos profissionais de ensino a partir de suas práticas educacionais no 2º ano do ensino fundamental: um estudo de caso na Escola Santa Terezinha, assunto esse de grande importância no processo de ensino aprendizagem dos educandos de aquisição da leitura e escrita. O estudo teve como base a Escola Santa Terezinha, onde foi possível entre o grupo gestor e a professora do 2º ano uma pesquisa com o tema em questão. O objetivo dessa pesquisa é investigar as práticas de alfabetização e letramento desenvolvidas no 2º ano da Escola de Ensino Fundamental Santa Terezinha. Pautando-se no estudo bibliográfico, realizou-se um estudo de campo, o qual foi possível aplicar um questionário com a educadora. Percebe-se que a professora entrevistada ainda não possui um conceito formado sobre o assunto abordado, pois a mesma em sua fala deixa claro que precisa de uma formação continuada para consolidar esse conhecimento.
ABSTRACT
This article deals with the literacy and literacy with regard to alphabetize literating within the possibilities of improving the vision of education professionals from their educational practices in the second grade of elementary school: a case study in Santa Terezinha School, this subject of great importance in the teaching learning process of learners ‘ acquisition of reading and writing. The study was based on the Santa Terezinha School, where was possible between the Group Manager and second-year teacher a survey of the subject in question. The goal of this research is to investigate the practices of literacy and literacy developed in the second grade of Santa Terezinha Elementary School. Basing himself in the bibliographical study, conducted a field study, which was possible to apply a questionnaire with the educator. One can see that the teacher interviewed still lacks a concept formed on the subject, since the same in your speech makes it clear that needs continued training to consolidate that knowledge.
Keywords: literacy; Literacy; Reading; Writing.
1. INTRODUÇÃO
O presente artigo apresenta o tema alfabetizar letrando. Este artigo surgiu como forma de buscar conhecimento no contexto de alfabetização e letramento em sala de aula cujo tema é alfabetizar letrando. É importante para o professor (a) que trabalha nos anos iniciais do ensino fundamental tenha conhecimento dos conceitos de alfabetização e letramento, a fim de entender em que momento ocorre e como instigá-los.
Segundo Ferreiro (1987), a alfabetização e letramento se completam. Alfabetizar é fazer com que o sujeito se torne capaz de ler (decodificar) e escrever (codificar) bem como utilizar adequadamente a língua escrita. Alfabetizar letrando no ramo da educação é um desafio para muitos professores. A sociedade do conhecimento exige do indivíduo, que além de ler e escrever ele saiba fazer uso da
leitura e escrita em suas práticas sociais para que possa se integrar na sociedade e exercer sua cidadania, isto é, o sujeito tem que saber ler, interpretar, enfim conhecer o significado das palavras no que se refere ao código escrito. Diante deste contexto surge o problema: Quais os desafios do docente no processo de alfabetizar letrando?
Esta pesquisa tem como base de estudo a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso, tendo como objetivo geral investigar as práticas de alfabetização e letramento desenvolvidas no 2º ano da Escola de Ensino Fundamental Santa Terezinha no município de Itaitinga-Ce Entreos objetivos específicos podemos citar: conceituar alfabetização e letramento; investigar as práticas pedagógicas em sala de aula, no ensino da língua escrita, na perspectiva do alfabetizar letrando; identificar os principais desafios encontrados no processo de alfabetização e letramento.
Desse modo, o estudo de caso a se investigar são as práticas de letramento desenvolvidas no processo de alfabetização das crianças do 2º ano cujo lócus foi a Escola de Ensino Fundamental Santa Terezinha, no município de Itaitinga-Ce. Esta turma é composta por vinte cinco crianças, na faixa etária entre sete e oito anos. A escolha por essa turma se deu por se tratar de uma série que eu já lecionei e a qual me identifico por trabalhar diretamente com o processo de alfabetizar letrando. Essa experiência vivenciada facilitou a pesquisa e trouxe melhor resultado.
Acredita-se que esta pesquisa ajudará a escola a implantar novas metas no seu Projeto Político Pedagógico (PPP) em curto prazo e ajudará a melhorar os índices da escola trazendo nova
metodologia de trabalho ao educador.
2 ALFABETIZAÇÃO X LETRAMENTO:
DIFERENÇAS ENTRE SUAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM SALA DE AULA
Este capítulo trata das abordagens
teóricas aos conceitos de alfabetização e letramento, as principais práticas
pedagógicas no ensino da língua escrita e alfabetizar letrando, uma nova
perspectiva.
2.1 Conceituando Alfabetização
Dentre
os autores que discutem sobre alfabetização foi selecionado alguns com os quais
houve identificação maior, como Soares (2003), Freire (1983) e Ferreiro (1999).
Cientes de que não irá se esgotar o tema que tem sido alvo de inúmeras
pesquisas e debates na área da educação, e diante da tentativa de dar uma ideia
da perspectiva que será adotada nas práticas docentes.
Segundo
Soares (2003), a alfabetização é compreendida como um procedimento de
representação de fonemas em grafemas e grafemas em fonemas entendeu que
alfabetizar é obter as habilidades de: codificar a língua escrita (escrever) e
decodificar a língua escrita (ler).
De
acordo com Soares, a alfabetização é um processo de aquisição da leitura e
escrita. Por meio do código escrito o indivíduo adquiri habilidades de leitura
e escrita, compreende o significado das palavras e se torna capaz de
diferenciar letras e símbolos.
A
alfabetização é um processo que ocorre em todo período escolar, tendo início na
pré-escola e não finaliza na aprendizagem da leitura e da escrita. Segundo Soares
(2015, p.29) "Alfabetização, que se designa a ação de alfabetizar, de
ensinar ler e escrever e nos seja tão pouco familiar o termo alfabetismo,
designando o estado ou a condição que assume aquele que aprende a ler e
escrever”.
Para
Soares, a alfabetização é o ato de ensinar a ler e escrever, ou seja, é quando
o indivíduo é capar de compreender os significados por meio do código escrito.
O processo de alfabetizar é um ato
que permite e habilita o indivíduo a relacionar-se com a leitura e escrita,
desvendando um mundo codificado socialmente e como utilizá-lo. Soares (1998,
p.33) afirma que:
Alfabetização
é dar acesso ao mundo da leitura. Alfabetizar é dar condições para que o
indivíduo criança ou adulto tenha acesso ao mundo da escrita, tornando-se não
só de ler e escrever, enquanto habilidades de codificação e decodificação do
sistema da escrita, mas e, sobretudo de fazer uso real e adequado da escrita
com todas as funções que tem ela em nossa sociedade e também como instrumento
na luta pela conquista da cidadania plena. (SOARES, 1998, p.33).
Mediante o esboço de Soares,
alfabetizar é proporcionar o contato com o mundo da leitura. É dar condições a
criança ou adulto de ter acesso ao mundo da escrita, lhe tornando capaz de faz
uso dessa escrita na sociedade ao qual está inserido.
A alfabetização é um procedimento de
aquisição da língua escrita, isto é, um conjunto de métodos, técnicas e
habilidades para ação da leitura e da escrita. Sendo estas habilidades de
codificação de fonemas em grafemas, decodificação de grafemas, habilidade
motoras e direção correta da escrita. Para Emília Ferreiro “A alfabetização não
é um estado ao qual se chega, mas um processo cujo início é, na maioria dos
casos, anterior à escola e que não termina ao finalizar a escola primária”.
(FERREIRO, 1999, p.47)
De acordo com Ferreiro, a
alfabetização é um processo contínuo onde cada criança se desenvolve no seu
tempo de aprendizagem e a mesma deve estar voltada para uma metodologia
contextualizada e significativa.
Para Paulo Freire
(1983, p.49) o ato de “[...] alfabetizar-se é adquirir uma língua escrita
através de um processo de construção do conhecimento com uma visão crítica da
realidade”. Nessa definição o autor agrega a apropriação à conquista da
cidadania.
De acordo com o esboço de Freire o processo de
alfabetização vai além do domínio do código escrito, tendo uma definição mais
abrangente. Ele defendia a ideia de que a leitura de mundo precede a leitura da
palavra, fundamentando-se na antropologia: o ser humano muito antes de inventar
códigos linguísticos, já lia o seu mundo. Tornar as práticas de leitura
significativas de acordo com Freire é aprender a ler- lendo. Aprender a
escrever escrevendo, compreendendo e se apropriando do que é lido.
A
escrita é um projeto de conhecimento que a criança introduz, pois a linguagem
impressa e oral é organizada ao pouco pela criança. Segundo Emília Ferreiro
(1987, p.24):
O
desenvolvimento da alfabetização ocorre, sem dúvida, em ambiente social. Mas as
práticas sociais, assim como as informações sociais, não recebidas passivamente
pelas crianças. Quando tentam compreender, elas necessariamente transformam o
conteúdo recebido. Além do mais, a fim de registrarem a informação, elas
transformam. (FERREIRO, 1987, p.24).
No momento em que o indivíduo é capaz
de decodificar as letras do alfabeto e reconhecê-las numa organização
estrutural, que é a língua escrita, pode-se dizer que o indivíduo está
alfabetizado.
Pouco
tempo atrás, ler e escrever, codificando e decodificando o sistema de escrita era
o satisfatório para atender a classe trabalhadora. Nos dias de hoje, a
sociedade deseja indivíduos mais capacitados, que sigam o ritmo acelerado da
tecnologia exigindo pessoas que vão da decodificação, ou seja, que façam uso
adequado da leitura e da escrita em ocasiões do dia a dia.
Dentre
os conceitos citados acima, o que mais se aproxima da nossa visão é o de Soares,
que afirma que alfabetizar é dar acesso à leitura de mundo. É dar condições
para que o indivíduo tenha acesso ao mundo da escrita, tornando-o capaz não só
de ler e escrever, mas saber fazer o uso social desta leitura e escrita.
2.2
Definindo Letramento
O surgimento do termo do letramento
no Brasil para Soares (2003c) se deu na década de 1980 e só em 2001 é que o
dicionário Houaiss registrou as palavras letramento e letrado, definindo
letramento como um conjunto de práticas que denota a capacidade de uso de
diferentes tipos de material escrito. A ideia de letramento na França,
Portugal, Inglaterra e nos Estados Unidos surgiu também na mesma época como
necessidade de se nomear e reconhecer práticas sociais de leitura e escrita.
Segundo Soares (2003c, p.13)
O que mais propriamente se denomina letramento, de que
são muitas as facetas – imersão das crianças na cultura escrita, participação
em experiências variadas com a leitura e a escrita, conhecimento e interação
com diferentes tipos de gêneros de material escrito. (SOARES, 2003, p.13).
Para Soares, o letramento pode ser
definido de várias formas, pois a inclusão das crianças no mundo da escrita,
participação em diferentes vivências de leitura e escrita, manuseio de diversos
gêneros textuais e interação com o mundo letrado proporciona as crianças a
inserção no ambiente de letramento.
Soares considerara uma criança
letrada quando:
[...]
a criança que ainda não se alfabetizou, mas folheia livros, finge lê-los,
brinca de escrever, ouve histórias que lhe são lidas, está rodeada de material
escrito e percebe seu uso e função, essa criança é ainda “analfabeta”, porque
não aprendeu a ler e escrever. Mas já penetrou no mundo do letramento, já é de
certa forma letrada. (SOARES, 2009. p. 24).
Diante das palavras da
autora, a criança que ainda não foi alfabetizada, mas que está mergulhada em
diferentes suportes de leitura no seu cotidiano familiar ou escolar, sabendo
interpretar as histórias ouvidas, fazendo de conta que está escrevendo, de
certa forma está criança ainda não é alfabetizada, mas é letrada.
Compreendemos que o processo de
descoberta do código escrito pela criança letrada é avaliado pelas significações
que os diversos tipos de discursos que tem para ela, ampliando seu campo de
leitura através da alfabetização. Antigamente acreditava que a criança entrava
na leitura somente quando dominasse o código escrito, pensamento esse excedido
na concepção do letramento, que leva em conta toda a experiência que a criança
tem de leitura de mundo, mesmo antes de ser capaz de ler os signos escritos.
No momento em que a criança nasce
numa sociedade letrada se inicia o processo de alfabetização e letramento, pois
a mesma vive em contato direto com material escrito e de pessoas que usam a
leitura e a escrita. As práticas de leitura e escrita vão desde cedo sendo
conhecidas e também vão reconhecendo o sistema de escrita, alfabético e
ortográfico.
Portanto, o letramento decorre das
práticas sociais que a leitura e escrita exigem, nos diversos contextos que
abrangem a compreensão e expressão lógica e verbal. É a função social da
escrita enquanto que a alfabetização se refere ao desenvolvimento de
habilidades da leitura e escrita.
Vygotsky (2004, p.21) idealiza
letramento como o auge de um processo da história de mudança e representação de
instrumentos mediadores. "Representa
também a causa da elaboração de formas mais sofisticadas do comportamento
humano que são os chamados processos mentais superiores, tais como: raciocínio
abstrato, memória ativa, resoluções de problemas etc". (VYGOTSKY apud TFOUNI,
2004, p.21).
Para Vigotsky, o letramento é o ponto
mais importante do processo de alfabetização, pois é ele que torna o indivíduo
capaz de utilizar suas práticas de leitura e escrita no seu convívio em
sociedade.
Em síntese letramento é utilizar
socialmente a “tecnologia escrita”, envolvendo as habilidades de ler e
escrever, informar-se no imaginário, conhecimento, interpretar e produzir
diferentes tipos e gêneros de texto, empregar a escrita para localizar e prover
informações e conhecimentos.
Para o professor que trabalha
principalmente nas séries iniciais faz-se necessário que haja uma formação
significativa, pelo fato de estar surgindo uma nova concepção de alfabetização
exige também uma nova ideologia de formação de professores. O professor
alfabetizador não deve esquecer-se da especificidade da alfabetização como
domínio do sistema, e no caso do letramento também com a sua especificidade que
seria fazer com que o aluno se aproprie e se envolva em práticas sociais
fazendo uso desse sistema.
2.3
As Principais Práticas Pedagógicas no Ensino da Língua Escrita
A prática pedagógica tem sido foco de
investigação nas últimas décadas por muitos pesquisadores preocupados com os
problemas da educação. Devido à complexidade do assunto e à diversidade de
olhares reflexivos sobre o tema, é necessário discorrer sobre o papel do
professor diante de sua prática pedagógica na sala de aula, com a intenção de
superar a visão conservadora e tradicional da ação docente perante as demandas
da sociedade contemporânea.
2.3.1 Algumas maneiras de iniciar a compreensão da
língua escrita
A
prática docente engloba um conjunto de atividades que o professor pode realizar
que se divide em três etapas: o planejamento, a execução do processo de ensino
aprendizagem e a avaliação. Segundo Zóboli (1991) essas etapas constituem o
ciclo docente, pois se complementam e se repetem várias vezes durante a prática
educativa.
O
educador poderá proporcionar aos alunos diferentes formas de leitura e escrita.
Num passeio pela escola, por exemplo, os alunos poderão observar e tentar ler o
que está escrito nos cartazes, no mural, o nome da escola na fachada e o número
das salas. No lado de fora da escola, o professor poderá solicitar que observem
coisas escritas e depois fazer questionamentos sobre o que viram se eram
letras, números ou apenas símbolos, onde estavam escritos, se são capazes de
imaginar o sentido das palavras escritas encontradas na rua.
Proporcionar
aos alunos o contato com diversos portadores de texto para incentivá-los no
processo de leitura e escrita. Cartas, poesias, poemas, bilhetes, histórias em
quadrinhos e outros, poderão mostrar aos educandos a magia do mundo letrado e
despertará a curiosidade para descobrir cada vez mais esse mundo.
É
importante trabalhar a diferença entre letras e números. Algumas crianças
confundem letras e números, fazendo uso de algarismos na escrita de palavras
como se fossem letras. Para facilitar a distinção e ultrapassar esta
dificuldade no processo de alfabetização, o professor deverá trabalhar as
diferenças entre números e letras em diversos contextos.
De
acordo com Carvalho (2002), trabalhar com o nome dos alunos é muito importante
porque toda criança atribui estima especial ao próprio nome e se interessa por
aprendê-lo e aqueles que já sabem “desenhar” a assinatura descobrem coisas
novas objetivando a escrita do nome dos colegas.
É
preciso que o professor desenvolva um projeto que trabalhe a escrita do nome em
diferentes contextos envolvendo atividades lúdicas, de escrita, levando o aluno
a fazer comparações como: existem nomes com poucas letras e com muitas letras,
existem nomes que começam com a mesma letra e nomes que têm a mesma quantidade
de letras.
2.4
Alfabetizar letrando: Uma nova perspectiva
Desde
a educação infantil é possível promover situações na qual a criança possa estar
em contato com a escrita por meio do uso de diversas formas de comunicação,
desenvolvendo ações com significados para promoção do alfabetizar letrando.
Isto implica trazer para dentro de sala de aula o contato com vários gêneros
textuais, levando as crianças a refletirem sobre a língua que se escreve a
norma culta ou padrão.
Tomar
para si essa responsabilidade significar ensinar a língua escrita, e para que
isso ocorra se faz necessário que os professores alfabetizem letrando desde as
séries iniciais, apresentando o ensino da língua escrita na perspectiva do
letramento.
O
processo da alfabetização acontece na perspectiva do letramento, quando é
utilizado para atender as necessidades sociais, onde não basta apenas aprender
a ler e escrever, mas é preciso utilizar de maneira competente, entendendo a
função de ambas nas relações sociais.
Soares (2004) apresenta as
especificidades referentes aos procedimentos educacionais de alfabetizar e
letrar, pondo em evidência que os dois processos são diferentes, porém,
inseparáveis, considerando que o convívio com o mundo da escrita ocorre de
maneira simultânea pelos caminhos da alfabetização e letramento.
É importante que as crianças tenham
contato com adultos alfabetizados com a leitura, mesmo antes de serem
alfabetizados. Crianças que convivem em um ambiente que os pais têm o hábito da
leitura diariamente e interagem com elas, não só aprendem a ler com mais
facilidade como se tornam excelentes escritores no final de sua trajetória
escolar. O professor pode propiciar um ambiente letrado, levando em conta o
conhecimento prévio, embora pequenas, as crianças levam para a escola o
conhecimento que adquiriram na vida familiar.
Quando
se ouve e produzi histórias, como diz Brito (2007, p. 36) “a criança constrói o
seu aprendizado da língua escrita, que não se limita ao conhecimento das marcas
gráficas a escrever ou a interpretar, mas engloba gênero, estrutura do texto,
formas e recursos da língua”.
O uso de textos na alfabetização é
preciso para focar em dois aspectos da aprendizagem da língua escrita, assim o
aluno alfabetizado e letrado tem possibilidade de usar a escrita nas diversas
situações da vida cotidiana.
A
participação em práticas sociais de leitura e escrita são importantes não só no
processo de alfabetização, mas também para a apropriação da língua escrita em
situações do cotidiano. Desse modo, a alfabetização na perspectiva do
letramento deve focar na importância do trabalho com diferentes gêneros
textuais, com base nos diversos suportes de leitura.
Segundo
Weisz (2000, p.62) “o ensinar a língua escrita em contextos letrados, à função
do professor é observar a ação das crianças, acolher ou problematizar suas
produções, intervindo sempre que achar que pode fazer a reflexão dos alunos
sobre a escrita avançar”.
As
práticas de letramento devem acontecer de maneira reflexiva a partir da
apresentação de situações problemas, em que, as crianças descubram as suas
hipóteses e sejam levados a pensar sobre a escrita, ler, participar e escrever
com função social, utilizar textos com significados, interagir com a escrita,
utilizar a leitura e escrita como forma de interação. Em atividades de produção
coletiva, o professor deve atuar como escriba, propondo à criança a reescrita
da história, assim é possível fazer uma reflexão sobre o que as crianças
escrevem e como escrevem.
O
fazer diferente da alfabetização na perspectiva do letramento requer do
professor alfabetizador conhecimentos específicos sobre a natureza da aquisição
da leitura e da escrita, a fim de que possa entender a dinâmica do processo de
aprender a sistematização do código escrito pelo aluno.
3
METODOLOGIA
A pesquisa deste
artigo tem como cunho investigativo uma abordagem qualitativa, no que diz
respeito à natureza, assim como os respectivos objetivos são de fins
descritivos. Desta forma, será feita uma pesquisa bibliográfica através da
consulta de autores renomados como: Gil (1999), Lakatos & Marconi (2001) e
Bogdan & Biklen (2002), além de uma pesquisa de campo através do estudo de
caso que será realizado por meio de um questionário de cinco questões
subjetivas com a professora do 2º ano.
De
acordo com Gil (1999), as pesquisas descritivas têm como principal objetivo
realizar a descrição das características de uma determinada população ou
fenômeno, ou estabelecer relações entre as variáveis. Segundo Arker, Kumam &
Day (2004), a pesquisa descritiva, geralmente, aplicar dados dos levantamentos
e se caracteriza por manter uma relação de causalidade que as hipóteses
especulativas não especificam.
Para
esses autores, a pesquisa descritiva requer um conhecimento aprofundado do
problema a ser pesquisado, ou seja, o pesquisador precisa saber exatamente o
que almeja atingir com essa investigação.
De
acordo com Bogdan & Biklen (2003), a definição de pesquisa qualitativa
abrange cinco características básicas: dados descritivos, preocupação com o
significado, ambiente natural, processo de análise indutivo e preocupação com o
processo.
Para
Gil (1999), a utilização dessa abordagem proporciona o aprofundamento da
investigação das questões relacionadas aos fenômenos em estudo e de suas
relações, diante a máxima valorização do contato direto com a situação em
estudo, analisando o que há de comum, mas perdurando, entre tanto, aberta para
perceber a individualidade e os significados múltiplos.
Este
tipo de pesquisa utiliza o ambiente natural como fonte direta de dados e o
pesquisador como seu principal instrumento. Ela auxiliar na investigação do
assunto abordado, utilizando como referência a revisão de autores renomados.
Para
Lakatos & Marconi (2001, p. 183), a pesquisa bibliográfica,
“[...]
abrange toda bibliografia já tomada pública em relação ao tema estudado, desde
publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas,
monografias, teses, materiais cartográficos, etc. [...] e sua finalidade é
colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou
filmado sobre determinado assunto [...]”. (LAKATOS & MARCONI, 2001, p.
183).
Todo trabalho cientifico, toda
pesquisa, deve ter o apoio e o embasamento na pesquisa bibliográfica, para que
não se perca tempo com um problema o que já foi solucionado e possa apresentar
conclusões inovadoras (LAKATOS & MARCONDI, 2001).
Segundo
Vergara (2000), a pesquisa bibliográfica é aplicada com base em materiais já
constituídos, principalmente, por meio de livros e artigos científicos e é de
suma importância para o levantamento de informações sobre aspectos diretamente
ligados à temática em estudo. A pesquisa bibliográfica tem como principal
vantagem o fator de fornecer ao pesquisador um instrumental analítico para
qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se e si mesma.
A
pesquisa bibliográfica baseia-se principalmente no estudo de livros e artigos
científicos já publicados sobre o tema em estudo, visando oferecer ao
pesquisador um leque de informações sobre o assunto a ser investigado.
A
outra linha de investigação abordou uma pesquisa de campo: um estudo de caso.
Conforme Yin (2001), é caracterizado pelo estudo aprofundado e exaustivo dos
fatos objetos de investigação, permitindo um amplo conhecimento da realidade e
dos fenômenos pesquisados.
“Um estudo de caso, é uma investigação empírica que
investiga um fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto da vida real,
especificamente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão
claramente definidos” (YIN, 2001 p. 33).
Para o autor, o estudo de caso exige
um aprofundamento dos fatores de investigação, proporcionando um leque de
conhecimentos da realidade e das causas pesquisadas.
Marconi &Lakatos (1996, p.88)
definem o questionário estruturado como uma “[...] série ordenada de perguntas,
respondidas por escrito sem a presença do pesquisador”. Dentre as vantagens do
questionário, podemos destacar as seguintes: ele permite abranger um maior
número de pessoas; a padronização das questões possibilita uma interpretação
mais uniforme dos respondentes, o que facilita a comparação das respostas
escolhidas, além de assegura o anonimato do entrevistado.
Segundo Cervo & Bervian (2002, p.
48), o questionário “[...] refere-se a um meio de obter respostas às questões
por uma formula que o próprio informante preenche”. Ele pode conter perguntas
abertas e/ ou fechadas. As abertas possibilitam respostas mais ricas e variadas
e as fechadas maior facilidade na tabulação dos dados.
O questionário assegura o anonimato
do entrevistado, porém não assegura a sinceridade das respostas obtidas, ele
envolve aspectos como qualidade dos interrogados, sua competência, franqueza e
boa vontade. Os interrogados podem interpretar as perguntas a sua maneira.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste artigo foi possível observar que a Alfabetização
e Letramento podem contribuir de forma significativa na aprendizagem das
crianças que estão no processo de aquisição da leitura e escrita. Assim, nesta
pesquisa foram discutidos os conceitos de alfabetização e letramento, bem como
as práticas pedagógicas no ensino da língua escrita e alfabetizar letrando: uma
nova perspectiva. O tema em estudo: Alfabetizar letrando: Uma nova visão da
prática de ensino: Um estudo de caso no 2º ano do ensino fundamental da Escola
Santa Terezinha foi explorado através de autores renomados. Desde as séries iniciais, quanto
antes às crianças se apropriarem da leitura e da escrita, mais poderão
desenvolvê-las com êxito em seus anos de escolaridade, sendo assim, serão
capazes de utilizá-la como prática discursiva com muita facilidade durante sua
trajetória escolar. Com base na reflexão mencionada neste trabalho, é
necessário compreender a prática pedagógica como elemento de produção do
conhecimento, dessa forma, ocorre à necessidade e precisão do alfabetizar
letrando. Assim constituíssem um trabalho feito pelo educador e também pelas
pessoas que participam do aprendizado da criança, requerendo mudanças
significativas acerca de práticas pedagógicas através do ensino da leitura e da
escrita para o seu aprimoramento nas séries iniciais.
Nesta
pesquisa bibliográfica os assuntos explorados abordaram a Alfabetização e
letramento no mundo e no Brasil, mostrou também os principais desafios
encontrados pelos docentes para alfabetizar letrando; dissertou-se sobre o
processo de ensino da língua escrita sugerindo algumas formas de trabalhar a
língua tendo como suporte os nomes das crianças.
Apesar de ser uma pesquisa, tendo em vista o
uso de uma pesquisa bibliográfica e descritiva, é importante ressaltar que tal
pesquisa possui relevância quando se verifica que os procedimentos feitos para
se chegar à comprovação de que alfabetização e letramento são dois processos
diferentes, que possuem mecanismos distintos, mas que precisam ser trabalhados
juntos na perspectiva do alfabetizar letrando, tendo como instrumento de
aprendizado os materiais didáticos que visam atingir esta perspectiva.
Desta forma os objetivos da pesquisa que eram
investigar as práticas pedagógicas de alfabetização e letramento desenvolvidas
no 2º ano do Ensino Fundamental da Escola Santa Terezinha no município de
Itaitinga-Ce, conceituar alfabetização e letramento e identificar os principais
desafios encontrados no processo de alfabetização e letramento foram alcançados.
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ZÓBOLI,
G. B. Práticas de ensino: subsídios
para a atividade docente. 2. ed. São Paulo: Ática, 1991.
1 Graduada em Pedagogia pela Faculdade Ateneu.
2 Graduada em Letras: Português-Inglês /pela Universidade Estadual do Ceará - UECE; Especialista em Gestão
escolar/ pela Universidade Estadual do Vale do Acaraú - UVA; Especialista em: Gestão e Negócios, Didática de
Ensino Superior, Psicopedagogia clínica e Institucional/ pela Faculdade Ateneu – FATE.
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