ESCOLA DE TALENTOS (As diferenças)

        “Conta-se que vários bichos decidiram fundar uma escola. Reuniram-se e começaram a escolher as disciplinas. O pássaro insistiu para que o vôo entrasse. O peixe, para que o nado fizesse parte do currículo também. O esquilo achou que subida perpendicular em árvores era fundamental. O coelho queria de qualquer jeito a corrida. 

       E assim foi. Incluíram tudo, mas cometeram um grande erro. Insistiram para que todos os bichos praticassem todos os cursos. 

        O coelho foi magnífico na corrida, ninguém corria como ele. Mas queriam ensiná-lo a voar. Colocaram-no numa árvore e disseram : “voa coelho”. Ele saltou lá de cima e quebrou as pernas. Não aprendeu a voar e acabou sem poder correr também. O pássaro voava como nenhum outro, mas o obrigaram a cavar buracos como uma toupeira. Quebrou o bico e as asas, e depois não conseguia mais voar tão bem. Aconteceu parecido com o esquilo e com todos os outros animais integrantes dessa escola.” (Autor desconhecido)

          Quando impomos o nosso modo de ser e agir para o outro, desvalorizamos aquilo que há de único e especial na individualidade de cada pessoa. Todos têm capacidade de desenvolver habilidades, mas existem preferências e limitações. Além do que, cada pessoa tem um modo particular e original de expressar-se. Respeitar o modo único de cada ser é ter a chance de:

- Confrontar-se com as peculiaridades;

- Buscar novas atitudes;

- Criar a todo instante;

- Superar as dificuldades existentes;

- Abrir-se para o novo de cada momento;

- Atualizar conhecimentos;

- Ampliar horizontes de pensamentos e emoções;

- Exercitar a humildade;

- Semear a paz e a justiça;

- Estender a mão a quem precisa de orientação ou apoio;

- Aprender com o diferente e com os iguais;

- Correr o risco de decepcionar-se;

- Dar um passo em direção ao desconhecido;

- Reconhecer limites;

- Contribuir com a coletividade;

- Sair de si mesmo e ir ao encontro do outro.

(Silvíssima - 2014)